Foi quase só rock'n'roll, mas eu gostei...
Resenha de show
Título: A Bigger Bang World Tour
Artista: Rolling Stones
Local: Praia de Copacabana (RJ)
Cotação: * * * *
Foi (quase) somente rock'n'roll, com eventuais blues e uma ou outra balada, mas eu gostei. Na noite de sábado, 18 de fevereiro, os Rolling Stones mostraram em show histórico na Praia de Copacabana, para público estimado em um milhão de pessoas, que o rock ainda sobrevive muito bem sem rap, sem bases programadas por DJs, sem toques de world music, enfim, sem qualquer aditivo que não faça parte de sua árvore genealógica. Quando a guitarra de Keith Richards reproduziu o riff incendiário de I Can't Get no (Satisfaction) (1965), com Mick Jagger vestido com camisa estampada com a Bandeira Nacional na qual se lia 'Brasil - Rio de Janeiro', a Bigger Bang World Tour começou a se despedir do Rio após show antológico e coeso em seus 20 números (apesar dos pequenos intervalos entre um e outro...). Um espetáculo grandioso que deverá render um belo DVD!
Jagger e Cia. já entraram no palco dizendo a que veio. O primeiro bloco do show, enxuto e roqueiro, foi dinamite pura com seqüência aberta por Jumpin' Jack Flash (1969) e seguida por It's Only Rock'n'Roll (But I Like It) (1974), You Got me Rocking (1994, música não prevista no roteiro) e Tumblin' Dice (1972). Com as guitarras de Richard e Ron Woods em primeiro plano, Jagger correu elétrico pelo palco e saudou o público, em português até desenvolto, com frases como "Tudo bem?" e "Boa noite, galera". Por esse certeiro bloco inicial, pareceu que o tempo não passara para os Stones.
Mas o tempo não espera por ninguém, como já sentenciou o próprio Jagger, e o rock Oh no, Not You Again (2005) - do último e bom disco do grupo, A Bigger Bang - até cresceu ao vivo, mas não resistiu à comparação com os petardos antigos. E foram eles que garantiram o pique do show, entre balada de 1971 (Wild Horses, definida por Jagger como "uma triste canção de amor") e números que ratificaram a raiz blues da obra stoniana - casos de Rain Fall Down (grande tema de 2005 em que brilhou o baixista Darryl Jones) e Midnight Rambler (1969), blues cheio de improvisos e climas, em que Jagger rebolou alucinado pela extensão do palco armada em forma de passarela.
Se houve surpresa no roteiro, foi a inclusão de (Night Time Is) The Right Time, blues gravado por Ray Charles em 1958, revivido com direito a imagem do Genius no telão. Se houve momento em que o show perdeu um pouco o pique, foi quando Keith Richards assumiu o microfone, pegou o violão e cantou, tal qual um trovador folk dos anos 60, a canção This Place Is Empty (uma das mais fracas da safra 2005). Richards ainda emendou Happy (número recorrente em sua voz desde os anos 70) antes de Jagger reassumir o microfone com Miss You (1978), o flerte dos Stones com a disco music (mas sem evocar qualquer clima retrô ou dance...).
Com Jagger no palco móvel que o aproximou da multidão, o show retomou o pique roqueiro com Rough Justice (típico rock stoniano de 2005), Get Off of my Cloud (1965), Honky Tonk Women (1969), Sympathy for the Devil (1968), Star me Up (1981) e Brown Sugar (1971). Outra seqüência infalível e arrebatadora! Em seguida, You Can't Get Always What You Want (1969) poderia até ter sido um anticlímax se a platéia, atendendo aos apelos de Jagger, não tivesse ficado repetindo o título da música em coro.
Ao som de seu hino Satisfaction, cantado a plenos pulmões pela multidão, os Stones deixaram o palco com a missão cumprida de entreter uma platéia que, em boa parte, nem era nascida quando eles deram seus primeiros passos, em 1962. Foi um grande show! Foi quase somente rock'n'roll, mas, por isso mesmo, eu gostei - repito. E, pela energia do quarteto, especialmente a de Jagger, ficou a sensação de que, contrariando excepcionalmente a máxima do astro inglês, o tempo até tem esperado por esses adoráveis roqueiros sessentões...
17 COMENTÁRIOS:
Mauro:
Concordo que ao assumir o microfone Keith Richards desacelera o espetáculo, mas "happy" é uma música presente em suas apresentações desde do disco "love you live", da década de 1977. Não é da safra de 2005. E é um clássico ainda que cantada por ele.
Mauro ? Não vi o show todo mas ... " Anynody's seen my baby ? " ficou fora do repertorio !
Acho que sim , né ?
Pelo que vi , gostei tbm !
Meu comentário é simples. Ou vc gosta ou não gosta. Eu não gosto dos RS. O que realmente me preocupa é a irresponsabilidade de se dizer que o show runiu mais de um milhão de pessoas. Ora, se no revéillon reúne 2 milhões de pessoas entre Leme e Forte de Copacabana, como pode reunir mais de um milhão em frente ao Copacabana Palace. Será que tinha gente vendo o show lá no Forte? Aqui em Sampa acontece a mesma coisa no revéillon da Paulista. Como já diria a personagem da Irene Ravache em Belíssima: pápápápápápápápápápá.
Silvio Ferreira (SP)
Esqueci uma pergunta: vi o show pela TV e gostaria de saber porque o Jagger quando entrava naquela passarela ia diretamente ao povão, ignorando os vips?
Silvio Ferreira (SP)
Silvio, Jagger se aproximou do povão justamente para encurtar a distância entre o público e o grupo. Quanto à contagem de 1 milhão, pode ser que o número tenha sido esse mesmo. Copacabana estava tomada, e não apenas na faixa de areia, mas em toda a Avenida Atlântica. No réveillon, geralmente há espaço para circular até na areia. O que não houve neste show.
Sim, Diogo, a música citada por você ficou de fora. O roteiro não foi exatamente o anunciado pela imprensa. O que já era esperado, pois, a partir de um roteiro base, a banda muda o repertório a cada show. E o deste deve ter sido escolhido estrategica e cuidadosamente, já que o espetáculo vai sair em DVD. Ou seja, é o registro oficial da turnê.
ola ola
credo! vamos ter que ver globais "tudo a ver com rolling stones" como suzana vieira e rodrigo santoro tendo chiliques e faniquitos no DVD??? ;p
meu irmão foi, eu só pude ver pela tv. acho digno que uma banda tão antiga consiga [co]mover gerações, inclusive a apática juventude dos dias cyber.
bom perceber também o vigor dos vovôs. talvez agora, depois dos debochados passos de Mr.Jagger, certos cantores brasileiros levantem o rabo dos seus banquinhos, larguem a surrada "regravação/voz/violão" e mandem ver.
amém.
Ppena que faltou Gimme shelter, pra mim a melhor música da banda...mesmo assim foi uma noite inesquecível!
Long live stones!
Deixa de ser idiota, Silvio Ferreira! Haviam sim mais de um milhão de pessoas assistindo o show, todas elas muito bem acomodadas entre o Copacabana Palace e o Leme.
Recalque é brabo meu caro amigo paulista! Entuba essa e vai curtir o U2 com a mixaria de 70 mil pessoas.
Meu caro amigo paulista... e invejoso... 70 mil pra 1 milhão e 200 mil... e bastante coisa né???
Para de pelhaçada... Fui no Rolling Stones ... tava uma loucura aquilo... muito bom... eles arrasaram.. e olha que eu não sou fã.. ou melhor... nunca "ouviiiiii" ouma musica deles.
Vlw... prefiro U2... mais se contenta com 70 mil pessoas dentro de um estadio...
vcs de sao-paulo acham que lotado e o pacaembu, e o murumbi com 35.000 pessoas em um jogo de futebol,para o carioca, isso e pouco publico,pergunte aquele "jovem" sobrevivente dos Beatles,qual foi o maior publico dele com 250.000 pessoas?entao se contente ai com o mega show do U2,que infezlimente nao vai ser em uma praia magica como a de copacabana,tem coisas que so o RIO tem,a inveja e as armas dos incopetentes.
Tirando "meia dúzia" de músicas de sucesso, as demais são muito ruins. Dava para ver que as pessoas não estavam agitadas e na maior parte do show ficaram "paradas".
Acho que a banda é boa, mas não merece esse crédito todo e gostaria de lembrar que eles não tem "tanto" tempo de estrada, uma vez que ficaram "parados" por muitos anos e provavelmente só voltaram para levantar dinheiro.
sou de são paulo e gostaria muito de ter ido ao show, infelizmente não deu. Vi na TV record que tiveram vários incidentes após o show, como arrastões e até uma facada. Por favor, informem tb os incidentes, pq, ao que parece, a Globo escondeu.
Abs
Essa paulistada não se emenda !!! O show com certeza tinha um milhão de pessoas. Tava tudo tomado até o mar. Tinha gente assistindo ao show de cima da sua prancha de surf, dentro mar. Só carioca pode ter este privilégio !!!
Em resumo :
Um show maravilhoso, com uma banda maravilhosa, para um público maravilhoso, na sempre e única cidade maravilhosa. !
MAIS DE UM MILHÃO DE PESSOAS E ONDE EU ESTAVA NÃO TEVE CONFUSÃO ALGUMS EMPURRA EMPURRA E SÓ, AGORA ESSE POVO PAULISTA É ENGRAÇADO ESPERAVAM E TORCIAM POR UMA TRAGÉDIA ESQUECENDO QUE TINHA MUITAS PESSOAS DE OUTROS ESTADOS INCLUSIVE MUITOS PAULISTAS. RESUMINDO: O SHOW FOI LINDO E EMOCIONANTE, UM VISUAL QUE SÓ O RIO PODE DAR, AS PESSOAS SE COMPORTARAM MUITO BEM PELO TAMANHO DO PUBLICO ( CLARO QUE COM TANTA GENTE E UM EVENTO DE GRAÇA TINHA QUE TER GENTE RUIM E ISSO EM QUALQUER LUGAR TEM INCLUSIVE EM SP).
NÃO ADIANTA TORCER CONTRA PROVAMOS MAIS UMA VEZ QUE SABEMOS AFZER EVENTOS COMO NIMGUEM (NÃO É A PRIMEIRA VEZ). MORRAM DE INVEJA.
gente! por que tanto ódio no coração? o importante é que o show foi lindo e nem dava para lembrar se eu era carioca, gaúcha, paulistana ou baiana!
Mais de 1 milhão de pessoas... Praia de Copacabana, Rio de Janeiro... Rolling Stones... Sábado, verão, temperatura acima do 30º...
Acho que não precisa falar mais nada!!! O show foi muito bom!!! O palco móvel então, foi um show a parte!!! O Brasil veio curtir os Stones aqui na nossa praia, nossa linda praia!!! Parabéns aos organizadores por nos presentear com um show desta magnetude!!!!!
Paulistanos e compania, não tem necessidade disso... O Rio é lindo, o show foi maravilhoso, os cariocas são inigualáveis e insubstituíveis e a nossa praia de Copa, dispenssa comentários.
CHEGA DE INVEJA GALERA!!!!!
UM ABRAÇO!!!!
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