AfroReggae ainda precisa de melodias à altura de seus grooves e de seu discurso
Resenha de CD
Título: Nenhum Motivo Explica a Guerra
Artista: AfroReggae
Gravadora: Geléia Geral
Cotação: * * *
A ideologia e os sons propagados pelo grupo AfroReggae transcendem o universo puramente musical. Surgido a partir da atividade cultural da ONG que o batiza, o grupo de Vigário Geral está inserido em contexto social tão forte que, não raro, seu discurso cai num tom panfletário, como na faixa-título de seu segundo disco, Nenhum Motivo Explica a Guerra, letrada por um Arnaldo Antunes mais literal e menos poético. A música cresce quando entram as vozes e as batidas dos rappers ingleses TY e Estelle.
Produzido por Chico Neves, habituado a trabalhar com bandas do universo pop rock, o sucessor de Nova Cara (2001) mostra que a ideologia e os grooves do AfroReggae continuam afiados. O que o grupo precisa é burilar a qualidade melódica do repertório. Falta música à altura da contundência do discurso. A releitura estranha da ainda impactante Haiti (música dos padrinhos Caetano Veloso e Gilberto Gil, lançada pelos autores em 1993 no disco Tropicália 2) acentua o desequilíbrio entre melodias e versos.
E o fato é que, embora o AfroReggae até soe como O Rappa em Mais uma Chance (música sobre os assassinatos que aterrorizam o cotidiano das periferias), o grupo suaviza a virulência de seu discurso em faixas mais radiofônicas como Partida e o reggae Quero Só Você, que traz o hitmaker Nando Reis entre os autores. A adesão de Manu Chao em Benedito contribui para deixar o disco com cara multifacetada. Ainda que as batidas funkeadas de Coisa de Negão e A Aquarela Dela sejam a cara do AfroReggae.
Título: Nenhum Motivo Explica a Guerra
Artista: AfroReggae
Gravadora: Geléia Geral
Cotação: * * *
A ideologia e os sons propagados pelo grupo AfroReggae transcendem o universo puramente musical. Surgido a partir da atividade cultural da ONG que o batiza, o grupo de Vigário Geral está inserido em contexto social tão forte que, não raro, seu discurso cai num tom panfletário, como na faixa-título de seu segundo disco, Nenhum Motivo Explica a Guerra, letrada por um Arnaldo Antunes mais literal e menos poético. A música cresce quando entram as vozes e as batidas dos rappers ingleses TY e Estelle.
Produzido por Chico Neves, habituado a trabalhar com bandas do universo pop rock, o sucessor de Nova Cara (2001) mostra que a ideologia e os grooves do AfroReggae continuam afiados. O que o grupo precisa é burilar a qualidade melódica do repertório. Falta música à altura da contundência do discurso. A releitura estranha da ainda impactante Haiti (música dos padrinhos Caetano Veloso e Gilberto Gil, lançada pelos autores em 1993 no disco Tropicália 2) acentua o desequilíbrio entre melodias e versos.
E o fato é que, embora o AfroReggae até soe como O Rappa em Mais uma Chance (música sobre os assassinatos que aterrorizam o cotidiano das periferias), o grupo suaviza a virulência de seu discurso em faixas mais radiofônicas como Partida e o reggae Quero Só Você, que traz o hitmaker Nando Reis entre os autores. A adesão de Manu Chao em Benedito contribui para deixar o disco com cara multifacetada. Ainda que as batidas funkeadas de Coisa de Negão e A Aquarela Dela sejam a cara do AfroReggae.
2 COMENTÁRIOS:
o mal é que todo mundo quer tocar no rádio - é justo - quando este, o rádio, está nivelado por baixo.
Na minha opiniao as letras teriam q trazer mais mensagens positivas para nossa juventude ja q eles sairam de uma comnidade humilhada e descriminada pela sociedade e teriam q ter + um descontentamento com a sociedade hipocrita q nao acredita q somos capazes de mudar nossas diretrizes
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