Capital Inicial não aprofunda história do Aborto Elétrico em documentário de DVD
Resenha de DVD
Título: MTV Especial - Capital Inicial - Aborto Elétrico
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * *
"Adolescente em Brasília vivia uma relação de amor e ódio. Era difícil ver um filme, um show. Se você não criasse o seu entretenimento, não ia ter o que fazer". A frase de Dinho Ouro Preto tenta situar o aparecimento do Aborto Elétrico na tediosa cena brasiliense de 1978, ano que foi formado o primeiro grupo de Renato Russo. Depois de dois discos de inéditas, o Capital Inicial revirou o baú do Aborto e gravou 18 músicas da banda - metade inédita e até então dispersa em cassetes empoeirados - em vigoroso CD que procurou captar o espírito punk da época. Com caprichado libreto que imita a arte de um fanzine, por excelência o meio de comunicação dos punks, o homônimo DVD ora lançado insere os registros destas músicas (em bem mixado áudio 5.1) em contexto narrativo que não chega a ter a consistência de um documentário.
O filme foi montado a partir de um passeio de Dinho com Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo) - irmãos que fizeram parte do Aborto Elétrico e, com o fim do grupo, passaram a integrar o Capital Inicial - por pontos de Brasília onde a lendária banda nasceu, cresceu e se dissolveu (no verão de 1982, quando acabara de fazer seu show de maior público e repercussão). É curioso saber que o nome Aborto Elétrico foi sugerido pelo não menos lendário guitarrista André Pretorius (já falecido) a partir da idéia de batizar o grupo de Tijolo Elétrico. É curioso também ver o breve depoimento de Pedro Ribeiro (irmão do paralama Bi) - rara testemunha ocular do primeiro show do Aborto, realizado em 11 de janeiro de 1980 no bar Só Cana.
Fê e Flávio Lemos revelam bem-humorados detalhes do cotidiano punk da época, como a mania de Renato Russo de enfrentar os policiais nas duras com perguntas do tipo "Qual o seu signo?". Mas o pretenso documentário não vai além de uma colagem de depoimentos curiosos e da exposição de algumas raras fotos da época. Faltou um roteiro que aprofundasse mais a história do Aborto e que revelasse fatos que os próprios músicos já não tenham contado nas entrevistas promocionais do CD.
Muita gente fala no filme - casos de Carmem Teresa Manfredini (irmã de Renato), Philippe Seabra (mentor da incendiária Plebe Rude, banda contemporânea da cena brasiliense dos anos 80), Dado Villa-Lobos, Chris Benner (apresentada como "a primeira garota punk de Brasília") e Herbert Vianna, entre outros. Mas ninguém vai além do superficial. O que salva o DVD são os números musicais. Sem imitar o Aborto Elétrico, o Capital Inicial soube recuperar as músicas do grupo no tom adequado e fez um dos melhores CDs de sua irregular discografia.
Título: MTV Especial - Capital Inicial - Aborto Elétrico
Artista: Capital Inicial
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * *
"Adolescente em Brasília vivia uma relação de amor e ódio. Era difícil ver um filme, um show. Se você não criasse o seu entretenimento, não ia ter o que fazer". A frase de Dinho Ouro Preto tenta situar o aparecimento do Aborto Elétrico na tediosa cena brasiliense de 1978, ano que foi formado o primeiro grupo de Renato Russo. Depois de dois discos de inéditas, o Capital Inicial revirou o baú do Aborto e gravou 18 músicas da banda - metade inédita e até então dispersa em cassetes empoeirados - em vigoroso CD que procurou captar o espírito punk da época. Com caprichado libreto que imita a arte de um fanzine, por excelência o meio de comunicação dos punks, o homônimo DVD ora lançado insere os registros destas músicas (em bem mixado áudio 5.1) em contexto narrativo que não chega a ter a consistência de um documentário.
O filme foi montado a partir de um passeio de Dinho com Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo) - irmãos que fizeram parte do Aborto Elétrico e, com o fim do grupo, passaram a integrar o Capital Inicial - por pontos de Brasília onde a lendária banda nasceu, cresceu e se dissolveu (no verão de 1982, quando acabara de fazer seu show de maior público e repercussão). É curioso saber que o nome Aborto Elétrico foi sugerido pelo não menos lendário guitarrista André Pretorius (já falecido) a partir da idéia de batizar o grupo de Tijolo Elétrico. É curioso também ver o breve depoimento de Pedro Ribeiro (irmão do paralama Bi) - rara testemunha ocular do primeiro show do Aborto, realizado em 11 de janeiro de 1980 no bar Só Cana.
Fê e Flávio Lemos revelam bem-humorados detalhes do cotidiano punk da época, como a mania de Renato Russo de enfrentar os policiais nas duras com perguntas do tipo "Qual o seu signo?". Mas o pretenso documentário não vai além de uma colagem de depoimentos curiosos e da exposição de algumas raras fotos da época. Faltou um roteiro que aprofundasse mais a história do Aborto e que revelasse fatos que os próprios músicos já não tenham contado nas entrevistas promocionais do CD.
Muita gente fala no filme - casos de Carmem Teresa Manfredini (irmã de Renato), Philippe Seabra (mentor da incendiária Plebe Rude, banda contemporânea da cena brasiliense dos anos 80), Dado Villa-Lobos, Chris Benner (apresentada como "a primeira garota punk de Brasília") e Herbert Vianna, entre outros. Mas ninguém vai além do superficial. O que salva o DVD são os números musicais. Sem imitar o Aborto Elétrico, o Capital Inicial soube recuperar as músicas do grupo no tom adequado e fez um dos melhores CDs de sua irregular discografia.
2 COMENTÁRIOS:
ouvi o disco e achei irado, agora o 'espírito da época' ficou lá nos anos 80...
achei o disco e achei legal mas duas coisas não gostei: o veto a letra de benzina(na boa a sony amarelou ...ja tiverem no cast planet hemp e tem o d 2 !!apologia???) e yves passarell nas guitarras ....o loro jones tocaria bem mais no estilo punk do q o metaleiro.....alias baixo/bateria estao demais!!!
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