Mercado do disco volta a se retrair - Será que há luz no fim do túnel fonográfico?
E continua grave a crise no mercado fonográfico!!! Segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (a ABPD, formada pelas gravadoras multinacionais), houve no primeiro semestre de 2005 queda de 19,4% nas vendas de CDs e DVDs em relação ao mesmo período de 2004. O faturamento também caiu 12,9%. Presidentes e diretores das principais companhias já desfiam a mesma ladainha e culpam a pirataria de CDs nos camelôs e a onda crescente de downloads ilegais na internet - um tipo de pirataria mais invisível, mas nem por isso menos corrosiva.
É fato que a pirataria agrava a crise. Mas não é menos verdade também que a indústria está apática, refratária. A política parece ser sempre aumentar os preços dos CDs, em vez de apostar corajosamente em repertório inédito e em artistas novos (a independente Deckdisc, por exemplo, investiu em Pitty e colhe os louros de seu bem-sucedido investimento). O DVD - até então a salvação da lavoura - começa a dar lentos sinais de desgaste, pois a indústria também suga o formato com avidez, pondo nas lojas títulos muitas vezes dispensáveis e repetitivos.
No Brasil, os sertanejos - como Bruno & Marrone (foto) e Leonardo - lideraram a lista de CDs mais vendidos, ao lado de Ivete Sangalo, uma das campeãs de 2004 por conta de seu CD e DVD MTV ao Vivo. São indícios claros de que - Maria Rita à parte - a tradicional MPB já tem vendas e atenções reduzidas por parte de um público de perfil majoritariamente jovem e que usa a internet para baixar seus discos preferidos em vez de pagar mais de R$ 30 por um CD nas lojas. Por isso, discos de bandas como Los Hermanos e Titãs não vendem na proporção em que são ouvidos.
É injusto pôr a culpa da crise somente nas gravadoras. Não foram as companhias que inventaram a internet e o MP3. Tampouco cabe culpar o consumidor que, com pouco ou nenhum dinheiro, nem sempre vai querer pagar pelo que pode obter de graça na rede ou por um preço muito mais em conta no camelô. O fato é que a crise é do CD como formato, não da música. Esta será sempre consumida com entusiasmo por públicos de todas as idades. A questão da indústria é como reverter a renda deste consumo para os cofres das companhias. Nesse sentido, parece não haver luz no fim do túnel. E salve-se quem puder...
11 COMENTÁRIOS:
com o cd caro do jeito que tá, o lance é baixar mesmo na net, cara. não tem nem o que pensar.
Bem, se a crise de deve ao esgotamento do CD, do jeito que novas mídias aparecem a cada dia, a crise não terminará nunca. Eu não consigo comprar um disco pirata, aliás, não consigo comprar nada que não seja original. Se não posso comprar um Adidas, compro um outro mais barato, mas nunca um Adidas falso.
o anônimo aí de cima deve ter dinheiro. eu também prefiro tudo original, mas, se a grana é curta...
Tá faltando ousadia. Das gravadoras, produtores e até dos próprios artistas. O modelo é antigo. Sou compositor, vivo de direito autoral. A solução tá em ser mais criativo. Inovar dentro de cada estilo (principalmente o sertanejo que tem um poder enorme). A culpa não é só da pirataria. É da falta de criatividade.
Meu temor é que, com o agravamento deste cenário, as gravadoras multinacionais que atuam no Brasil resolvam encerrar suas atividades, levando consigo todo o seu precioso catálogo,que faz parte de nossa cultura, privando para sempre povo brasileiro de ter acesso a esse material,já que não há legislação que proíba a sua retirada do país.
Não tenho dinheiro não, como disse antes, se não posso comprar o original prefiro não ter.
Realmente é muito perigosa a situação: se as gravadoras encerrarem suas atividades voltaremos a tocar música estrangeiras nas rádios como antigamente.
As gravadoras acham que podem mandar no gosto popular e monopolizar a cultura como a rede globo. estamos passando por um periodo de transicao e logo as coisas vao se acomodar. pior pra os empresarios da industria fonografica que estao tao distantes do conceito original da musica quanto um pólo do outro. a musica nao vai acabar mas a tecnologia é hoje o maior pilar democratico do planeta e estou muito orgulhoso de participar disso baixando musicas, conhecendo novos artistas a partir dai e movimentando cenas que ate entao se encontravam esmagadas pela massificaçao imposta pela industria. vamos procurar a musica que nos agrade nao a que nos é imposta. CD é algo que compramos quando sobra dinheiro e nao deveria custar mais que 15 reais de jeito nenhum.
Quanto ao anônimo acima.
Concordo sim, a tecnologia está aí. Mas onde ficam os direitos autorais? Baixar música que quizer, de graça, no Kaaza e outros? O CD é caro sim, concordo.
As músicas devem ser comercializadas na internet também, por um preço razoável. O público teria mais poder de escolha. Mas baixar de graça, na pirataria, é uma vergonha. Tudo tem que ser revisto.
ROSEMBERG:
PODE SER POLITICAMENTE INCORRETO.
MAIS ULTIMAMENTE COMPRO TDO PIRATEADO.
INFELIZMENTE NÃO TENHO DINHEIRO PRA COMPRAR UM CD A 30 REAIS E UM BOM DVD A 50 REAIS.
SOU APRECIADOR DA BOA MUSICA POPULAR BRASILEIRA TIPO CHICO, CAETANO, BOSCO, BETHANIA, GIL E OUTROS, MAIS, OS CDS DESSES ARTISTAS COSTUMAM SER MAIS CAROS DO QUE O CD POR EXEMPLO DO DETESTAVEL KLB.
ASSIM NÃO DÁ.
SE A BOA MUSICA POPULAR BRSILEIRA ESTA EM BAIXA É PORQUE ESSES GRANDES CANTORES SE AFASTARAM DO POVO, PRIVILEGIANDO APENAS O PESSOAL DA ZONA SUL FAZENSDO SHOWS APENAS EM CASAS DE ESPETÁCULOS QUE, DEVIDO AOS ALTOS PREÇOS POVÃO NÃO PASSA NEM PERTO.
ADORARIA PODER COMPRAR TUDO ORIGINAL PARA PODER LER A PARTE TECNICA DO TRABALHO, SABER O NOME DOS COMPOSITORES DE CADA MUSICA, MAIS CARO DESSE JEITO NÃO DÁ.
BERGRJ@HOTMAIL.COM
Realmente o cd t muito kro, mas parece q essa crise tem afetado menos o mercado gospel né?? Pelo q eu ando sabendo o mercado gospel ta faturando muitoo!
Todo consumidor deve exigir preço justo pelo que está comprando. Uma mídia de qualidade no volume que as gravadoras compram não custa mais do que 1 real. A caixinha, a mesma coisa. Um encarte colorido com 16 páginas e papel de qualidade não custa mais do que outros 2-3 reais. Ponha mais 150% em cima disso pra lucro, pagamentos da estrutura, e direitos autorais (vamos em 5 a 7 reais) e mais 100% para impostos, transportes e outros custos não diretos (9 a 12 reais)... e temos o preço justo... agora me convençam que 30 reais se justifica ?
Quanto aos DVDs, vejam o exemplo da Ana Carolina... 3 DVDs do mesmo disco... isso é pensar que o dinheiro do consumidor dá em árvore...
Um abraço,
Rodrigo
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