Jerry festeja reedi��o de sua discografia entre recorda��es de fases boas e m�s

Aos 58 anos, Jerry Adriani (foto) � um dos nomes associados eternamente �s velhas tardes de domingo em que Roberto Carlos mandou tudo para o inferno. Justamente por conta dos festejos pelos 40 anos da Jovem Guarda, Adriani tem sua discografia �urea reeditada novamente pela Sony & BMG, detentora dos 16 discos gravados pelo cantor na extinta CBS entre 1964 e 1980. Destes 16 t�tulos, 13 est�o sendo repostos em cat�logo - com capas e fichas t�cnicas originais - em s�rie de reedi��es avulsas mais ampla do que a produzida pelo mesmo pesquisador Marcelo Fr�es em 1998.

Certamente por quest�es contratuais, tr�s t�tulos - Italian�ssimo (1964), Um Grande Amor (1965) e Esperando Voc� (1968), todos j� reeditados em cole��es anteriores - foram exclu�dos do atual pacote. A aus�ncia mais sentida � a do �lbum de 1965, que trouxe Querida, um dos maiores hits da discografia do cantor. Desfalques � parte, a cole��o � festejada por Adriani como se fosse a primeira reedi��o de sua obra em CD.

"Essas cole��es dos 40 anos da Jovem Guarda s�o produtivas para nossas carreiras e para um p�blico que continua �vido por nossos discos. E � tamb�m uma oportunidade de passar o conhecimento dessa obra para outras gera��es", disse Adriani, em meio ao burburinho do evento armado na noite de ter�a-feira, 11 de outubro, pela Sony & BMG na livraria Argumento, no Rio, para oficializar e festejar a chegada dos 13 discos �s lojas - em tiragens reduzidas de 1.100 c�pias, cada um.

O clima festivo n�o impediu Jerry de recordar boas e m�s fases de sua longa perman�ncia na antiga CBS. No come�o, tudo foram flores. O adolescente criado no Br�s (SP) dominava bem o italiano e fez sucesso ao gravar dois discos no idioma de seus av�s - um deles, Credi a me (1964), inclu�do na cole��o. Em 1965, foi chamado �s pressas para p�r voz num repert�rio idealizado inicialmente para o cantor Jorge Silva e come�ou a gravar em portugu�s uma s�rie de discos com o acompanhamento do conjunto Renato & seus Blue Caps. "O Evandro Ribeiro (um dos executivos da CBS) sentiu que a turma do i�-i�-i� estava forte e que algo ia acontecer", lembra Jerry.

O acontecimento foi o estouro da Jovem Guarda e Jerry entrou na onda. S�o dessa �poca dourada Devo Tudo a Voc� (disco de 1966 que emplacou o hit Ningu�m Poder� Julgar-me), Vivendo sem Voc� (�lbum de 1967 que fez sucesso com Quem N�o Quer, vers�o de Rossini Pinto para Black Is Black) e Dedicado a Voc� (outro disco de 1967, gravado �s pressas).

Com o fim da Jovem Guarda, Jerry Adriani tentou transi��o para repert�rio mais adulto e rom�ntico - nos moldes da feita com �xito por Roberto Carlos. Essa fase foi iniciada sem sucesso com o disco Jerry Adriani (1969) e teve continuidade nos anos 70 com tr�s discos produzidos por ningu�m menos do que Raul Seixas. Foi no terceiro, Pensa em mim (1971), que Jerry gravou seu maior sucesso da d�cada (Doce, Doce Amor - hit associado erroneamente por muitos f�s ao apogeu da Jovem Guarda).

A partir de 1972, os sucessos foram rareando para Jerry e a turma da Jovem Guarda. "A gente come�ou a sentir a barra mesmo na segunda metade da d�cada de 70. O r�dio se transformou com o advento do FM e - com exce��o do Roberto, que ampliou seu reinado porque soube fazer a transi��o - a gente que era da Jovem Guarda come�ou a ser execrado", recorda o cantor.

N�o por acaso, a discografia de Jerry come�a a ficar mais espa�ada a partir de 1973, ano em que lan�ou o disco Jerry Adriani - seguido por outros tr�s t�tulos hom�nimos editados em 1975, 1977 e 1980. Todos relan�ados este m�s para reconstituir a trajet�ria de Jerry Adriani.