Há muito caos e pouca lama na viagem futurista do sexto CD da Nação Zumbi
Resenha de disco
Título: Futura
Artista: Nação Zumbi
Gravadora: Trama
Cotação: * *
Imagine o suingue de Jorge Ben imerso em tons psicodélicos e futuristas. Se for difícil imaginar, ouça Memorando ou Voyager, duas das 12 músicas inéditas do sexto disco da Nação Zumbi, Futura, editado esta semana pela Trama. Ao embarcar numa trip psicodélica sem escalas, o grupo põe as guitarras na frente dos tambores do maracatu e se distancia de seu som original. É fato que a viagem começou ainda com o mentor Chico Science (morto precocemente em 1997) no segundo álbum da turma, Afrociberdelia (1996), mas fica difícil reconhecer a Nação pernambucana de Science em Futura.
A escolha do americano Scotty Hard para produzir o disco parece indicar a busca por um som mais contemporâneo, mais cosmopolita. Hard já havia mixado o CD anterior da banda, Nação Zumbi (2002), o primeiro em que o grupo intensificou o uso das guitarras e das texturas psicodélicas. Mas a turma do Mangue Beat parece ter esquecido que valorizar o próprio quintal - sem xenofobias, claro - é a melhor forma de soar universal. Foi assim que Science e cia. saíram de Pernambuco para o mundo em Da Lama ao Caos, o seminal álbum de 1994 que propagou o Mangue Beat e, na seqüência, toda a modernidade da música de Pernambuco daquela época. É essa modernidade que parece ter ido para o ralo quando a Nação Zumbi apresenta fiapos de maracatus como A Ilha e Respirando.
Há, claro, acertos - caso do tema instrumental Nebulosa, de arranjo intrincado, quase apocalíptico. A faixa-título, Futura, contraria seu nome e acerta ao apontar para um passado não muito distante da banda. Mas, no geral, há mais caos do que lama na viagem da Nação Zumbi. E, por isso mesmo, seu futuro no mercado fonográfico já parece incerto a longo prazo.
Título: Futura
Artista: Nação Zumbi
Gravadora: Trama
Cotação: * *
Imagine o suingue de Jorge Ben imerso em tons psicodélicos e futuristas. Se for difícil imaginar, ouça Memorando ou Voyager, duas das 12 músicas inéditas do sexto disco da Nação Zumbi, Futura, editado esta semana pela Trama. Ao embarcar numa trip psicodélica sem escalas, o grupo põe as guitarras na frente dos tambores do maracatu e se distancia de seu som original. É fato que a viagem começou ainda com o mentor Chico Science (morto precocemente em 1997) no segundo álbum da turma, Afrociberdelia (1996), mas fica difícil reconhecer a Nação pernambucana de Science em Futura.
A escolha do americano Scotty Hard para produzir o disco parece indicar a busca por um som mais contemporâneo, mais cosmopolita. Hard já havia mixado o CD anterior da banda, Nação Zumbi (2002), o primeiro em que o grupo intensificou o uso das guitarras e das texturas psicodélicas. Mas a turma do Mangue Beat parece ter esquecido que valorizar o próprio quintal - sem xenofobias, claro - é a melhor forma de soar universal. Foi assim que Science e cia. saíram de Pernambuco para o mundo em Da Lama ao Caos, o seminal álbum de 1994 que propagou o Mangue Beat e, na seqüência, toda a modernidade da música de Pernambuco daquela época. É essa modernidade que parece ter ido para o ralo quando a Nação Zumbi apresenta fiapos de maracatus como A Ilha e Respirando.
Há, claro, acertos - caso do tema instrumental Nebulosa, de arranjo intrincado, quase apocalíptico. A faixa-título, Futura, contraria seu nome e acerta ao apontar para um passado não muito distante da banda. Mas, no geral, há mais caos do que lama na viagem da Nação Zumbi. E, por isso mesmo, seu futuro no mercado fonográfico já parece incerto a longo prazo.
3 COMENTÁRIOS:
Pra frente é que se anda. Pena que o crítico, tão apegado ao passado, não tenha percebido a evolução da Nação.
Preciso ouvir o disco, primeiro...mas acho difícil esses caras terem errado tão feio assim, considerando que TODOS os álbuns anteriores são excelentes.
o trabalho dos caras estão cada vez mais originais,não mudar a sonoridade seria um grande erro!!salve nação
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