Tremendo box carrega os 'anseios de liberdade' do jovem Erasmo Carlos
É mesmo um tremendo box como apregoa o slogan publicitário. A caixa em questão se chama Erasmo Carlos - O Tremendão, chega às lojas esta semana pela gravadora Sony BMG e repõe em catálogo os seis primeiros discos de Erasmo Carlos - gravados entre 1965 e 1970 pela extinta RGE. Em mais um cuidadoso trabalho de restauração fonográfica do pesquisador musical Marcelo Fróes, os discos ganham faixas-bônus extraídas de compactos. É o caso de Johnny Furacão, o então perdido lado B do compacto de Sentado à Beira do Caminho que entrou como bônus do disco Erasmo, de 1968.
"Essa caixa carrega os anseios de liberdade dos jovens daquela época", filosofou um entusiasmado Erasmo Carlos no auditório da loja carioca Modern Sound, no lançamento oficial do box. A época era a da Jovem Guarda, que completa 40 anos em 2005 - assim como o primeiro disco de Erasmo, A Pescaria, que traz como bônus as faixas Jacaré e Amor Doente.
"A Jovem Guarda representa o meu sonho. Foi o início de tudo para mim, foi quando eu concretizei o sonho do rock'n'roll. Fiz parte daquela revolução mundial e tenho lugar cativo na revolução brasileira. São músicas inocentes, puras, mas que representavam o desejo de ser livre", contextualiza Erasmo.
A rigor, a caixa Erasmo Carlos - O Tremendão traz somente dois títulos inéditos em CD. Trata-se de Erasmo Carlos (1967) e do supra-citado Erasmo (1968). Os demais quatro - A Pescaria (1965), Você me Acende (1966), O Tremendão (1967) e Erasmo Carlos & Os Tremendões (1970) - já haviam sido relançados nos anos 90 em box da RGE. O disco de 1970 é especialmente essencial. Naquele álbum, Erasmo começou a se desvincular do som pueril da Jovem Guarda e experimentou ritmos como o samba-rock.
"Este último disco da caixa foi o início da minha transição. É o que tem Coqueiro Verde... Já existia em mim uma necessidade de mudança que acabou coroada no disco seguinte, Carlos, Erasmo", explica o Tremendão.
Carlos, Erasmo foi o disco inicial da caixa Mesmo que Seja Eu, editada em 2002 pela gravadora Universal com os álbuns lançados por Erasmo entre 1971 e 1988. Com a nova caixa, a obra de Erasmo fica enfim integralmente editada em CD. E com a ironia de estes seis títulos iniciais saírem pela Sony BMG, a companhia que rejeitou o cantor nos anos 60, quando ainda se chamava Columbia.
"Eu era da Columbia com o meu grupo, Os Snakes. Mas aí o grupo acabou, eu fui ser crooner do Renato e seus Blue Caps e a CBS não me quis em carreira solo... Eles já tinham o Roberto Carlos naquele estilo... Tive que procurar outra gravadora. E passei por seis até chegar na RGE...", recorda Erasmo.
Águas passadas, o Tremendão recebe da gravadora que o recusou o mimo que lhe deixa feliz. "Estou em estado de graça! Essa caixa querida é o meu sonho que se tornou realidade...", baba o artista, dono de tremenda obra.
1 COMENTÁRIOS:
Acompanho Erasmo desde a Jovem Guarda... Já tinha todos seus discos em Lps, troquei muitos para cds, mas gostei de saber dessa caixa... tomara que tenha mesmo faixa rara...
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