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Sexta-feira, Setembro 02, 2005

O tempo de Gal

Gal Costa completa 60 anos em 26 de setembro sem sentir o peso da idade. A leveza está confirmada em seu novo CD, Hoje, nas lojas na segunda-feira, 5. "Não me sinto com 60 anos e o disco é uma prova disso. Eu me sinto começando, estou sempre recomeçando", avalia a cantora (na foto, clicada por Fernanda Cardoso no estúdio da Trama).

De fato, Hoje significa uma lufada de ar fresco na trajetória de uma cantora que já foi legal, fatal e tropical. É o primeiro disco de Gal na gravadora independente Trama e traz repertório inédito formado basicamente por músicas de compositores que vivem à margem do mercado (Nuno Ramos, Clima, Tito Bahiense, Moisés Santana, Junio Barreto, Péri, Hilton Haw). Além do repertório renovado, Hoje marca o encontro da cantora com César Camargo Mariano, produtor do disco e mentor da sonoridade atual, gravada com músicos jovens recrutados entre os colaboradores fixos dos álbuns editados pela Trama.

"Por incrível que pareça, o disco acabou ficando radiofônico", surpreende-se Gal. A garimpagem do repertório foi feita com a ajuda de Carlos Rennó - parceiro do africano Lokua Kanza em três faixas - depois que uma triagem inicial, feita por Otávio de Moraes, desagradou a cantora. "Eram músicas até boas, mas que não faziam parte do meu universo musical", justifica Gal.

Das mãos de Rennó, Gal recebeu discos de nomes como Moisés Santana, Junio Barreto e Rômulo Fróes (cantor e compositor que grava sambas de Nuno Ramos). A partir da audição destes CDs, todos editados de forma independente, a cantora chegou ao repertório de Hoje. "São músicas antenadas com o meu estilo de interpretação", entende Gal.

O frescor do repertório inspirou o clima ameno da gravação do CD. "A gente fez um disco com emoção, com alto nível musical. Ficou um clima bacana. Só tem garotada na banda... Os encontros são sempre estimulantes, e meu encontro com César me renovou", ressalta Gal.

Entre os autores "novos" (a maioria já passa dos 40), há a presença de dois ilustres veteranos: Caetano Veloso e Chico Buarque. De Caetano, Gal pediu e recebeu a inédita Luto, um sambossa tristonho em que o velho baiano desfia suas desilusões amorosas em mais uma letra de tom confessional (porém de versos bem mais refinados do que os do samba Tiranizar, recém-gravado por Leila Pinheiro). De Chico, a cantora ganhou enfim Embebedado, a parceria inaugural do compositor com José Miguel Wisnik (autor da letra) que havia sido prometida para o show Todas as Coisas e Eu. "Chico e Caetano estão no disco porque são dois compositores que fazem parte da minha história e que influenciaram todo este povo novo que está no CD", argumenta Gal.

A história da baiana quase sessentona continuará em fim de outubro (ou início de novembro) com a estréia da turnê de lançamento de Hoje, que vai ser registrada pela Trama para virar um bem-vindo DVD. Aos 60 anos, Gal Costa está na área com um disco de 20.

3 COMENTÁRIOS:

Gil said...

Repararam que "Embebedado" , música do Chico que recebeu letra de Wisnik e está no disco de Gal, é a mesma que, com letra de Sergio Bardotti, chama-se "Risotto Nero" e está no DVD de Chico? Ele, Buarque bem que podia gravar as duas em seu biscoito fino que vem por aí, não é?

11:47  
Tiago Marques said...

É verdade Mauro, a Gal acertou em cheio! Esse disco é lindo, o melhor dos últimos anos, não só por conta do repertório inédito, mas principalmente pelo modo de interpretar, que está mais bonito! A primeira vez que ouvi foi meio chocante, porque esperava que ela fosse para um lado e ela foi pro outro! Surpreendente! Agora, pro novo show, seria interessante que ela cantasse pérolas escondidas na sua discografia, que tal? Exemplos: Apaixonada, Dama sofisticada, Quando eu fecho os olhos, Sertão, Amor de juventud, Esquadros, Aquele frevo axé, Eu acredito, O vento, Todos os instrumentos, Quem perguntou por mim, Resto de saudade, Triângulo amoroso, Oferenda a mim, Notas, De fogo luz e paixão e Todo beijo. O que você acha? Abração do leitor brasiliense e assíduo!

13:03  
pedro said...

É isso aí, Mauro. O disco é muito delicado, realmente. "Luto", com aquele clime triste de quarta-feira de cinzas, é sublime. Amei!

15:54  

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