A malandragem de encaixotar a obra sócio-política de Bezerra da Silva
Resenha de disco
Título: O Samba Malandro de Bezerra da Silva
Artista: Bezerra da Silva
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *
Morto no início do ano, Bezerra da Silva (1927-2005) tem sua obra áurea compilada em quatro CDs encaixotados pela gravadora Sony & BMG. O Samba Malandro de Bezerra da Silva é o título da caixa - idealizada e dividida pelo pesquisador Rodrigo Faour em quatro discos temáticos. A malandragem, no caso, está em reembalar fonogramas já editados no formato digital com um ar de novidade (a divisão por temas) para faturar com a obra e a saudade do sambista, que gravou na BMG entre 1980 e 1993.
Pernambucano, radicado no Rio na favela do Cantagalo (em Copacabana), Bezerra da Silva construiu obra ímpar, à margem do samba mais comportado produzido em blocos como o Cacique de Ramos. O cantor foi partideiro compromissado com o universo dos morros e favelas, mas com espirituosidade que lhe deu livre trânsito no universo pop. Intitulado Eu Sou Favela, o disco 1, por exemplo, reúne sambas que esmiúçam e exaltam o cotidiano dos trabalhadores do morro.
Bezerra foi a voz do morro, mas, bom malandro, manteve os olhos bem abertos e usou sua verve para enquadrar em seus partidos de alto quilate a população que se desviou do caminho do bem. É deles, os bandidos, que trata o disco 2, Malandro É Malandro, Mané É Mané. O terceiro CD, Cocada Preta e Branca no Terreiro, usa e abusa das metáforas para falar de maconha, cocaína e outras drogas em sambas ligadíssimos - caso do sucesso Malandragem Dá um Tempo, incorporado em seu repertório pelo grupo Barão Vermelho.
Por fim, o disco 4 - do sugestivo título Cornos, Piranhas, Sogras, Pastores e Outros Manés - completa a crônica de costumes das favelas - comunidades repletas de personagens pitorescos que habitaram o mundo e o samba malandríssimo de Bezerra da Silva. Para quem não tem os discos originais, ignorar a caixa é ser muito mané.
Título: O Samba Malandro de Bezerra da Silva
Artista: Bezerra da Silva
Gravadora: Sony & BMG
Cotação: * * * *
Morto no início do ano, Bezerra da Silva (1927-2005) tem sua obra áurea compilada em quatro CDs encaixotados pela gravadora Sony & BMG. O Samba Malandro de Bezerra da Silva é o título da caixa - idealizada e dividida pelo pesquisador Rodrigo Faour em quatro discos temáticos. A malandragem, no caso, está em reembalar fonogramas já editados no formato digital com um ar de novidade (a divisão por temas) para faturar com a obra e a saudade do sambista, que gravou na BMG entre 1980 e 1993.
Pernambucano, radicado no Rio na favela do Cantagalo (em Copacabana), Bezerra da Silva construiu obra ímpar, à margem do samba mais comportado produzido em blocos como o Cacique de Ramos. O cantor foi partideiro compromissado com o universo dos morros e favelas, mas com espirituosidade que lhe deu livre trânsito no universo pop. Intitulado Eu Sou Favela, o disco 1, por exemplo, reúne sambas que esmiúçam e exaltam o cotidiano dos trabalhadores do morro.
Bezerra foi a voz do morro, mas, bom malandro, manteve os olhos bem abertos e usou sua verve para enquadrar em seus partidos de alto quilate a população que se desviou do caminho do bem. É deles, os bandidos, que trata o disco 2, Malandro É Malandro, Mané É Mané. O terceiro CD, Cocada Preta e Branca no Terreiro, usa e abusa das metáforas para falar de maconha, cocaína e outras drogas em sambas ligadíssimos - caso do sucesso Malandragem Dá um Tempo, incorporado em seu repertório pelo grupo Barão Vermelho.
Por fim, o disco 4 - do sugestivo título Cornos, Piranhas, Sogras, Pastores e Outros Manés - completa a crônica de costumes das favelas - comunidades repletas de personagens pitorescos que habitaram o mundo e o samba malandríssimo de Bezerra da Silva. Para quem não tem os discos originais, ignorar a caixa é ser muito mané.
5 COMENTÁRIOS:
vou comprar essa caixa porque tenho apenas um disco do Bezerra... aquele do vou apertar, mas não vou acender agora... e me amarro no cara...
a caixa parece legal, mas é melhor ter os álbuns originais...
bem que podiam ter lembrado de fazer uma caixa com bezerra quando ele estava vivo... é sempre assim. a indústria adora cultuar os mortos e esquece dos vivos...
Como o Bezerra da Silva , nunca mais !
Laura tem razão é sempre assim. Como diria Zeca Baleiro " É mais fácil cultuar os mortos que os vivos " Por que ? será ? Olha o exemplo do 2Pac ( USA) o cara morreu fazem 9 anos e lançaram 9 ( ! ) Cds póstumos do cara .
Bem.. Bezerra merecia ( e merece) respeito !
Malandro é malandro
Mané é mané !
Bezerra era um grande mestre...escute suas músicas e estarás fazendo uma faculdade de malandragem!
Salve Bezerra!
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