A Universal e o universo de Zélia
Recebido por unânimes críticas elogiosas, o oitavo disco de Zélia Duncan (na foto, num clique atual de Nana Moraes), Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band, saiu com minguada tiragem inicial de cinco mil cópias - número incompatível com a trajetória da cantora, mesmo levando-se em conta a crise que asfixia a indústria fonográfica nacional. Nova tiragem suplementar de cinco mil exemplares foi fabricada e já foi para as lojas, no embalo da turnê de lançamento do CD, mas o fato é que já circulam nos bastidores notícias de que o caminho trilhado por Zélia desde o disco Sortimento (2001) - e radicalizado no primoroso novo álbum - teria descontentado a gravadora Universal. A própria cantora já estaria consciente de que a companhia não vai investir tanto em Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band como seria de esperar.
Se o disse-me-disse tiver algum fundo de verdade, é uma pena. Zélia correu sério risco de ficar presa ao formato pop folk de seu (bom) início de carreira e já estava dando sinais de cansaço como compositora, mas soube fazer a transição rumo a um pop de sotaque mais brasileiro e variado. Sua música se revigorou. E sua platéia tem se renovado e não se limita mais às moças fiéis dos tempos de hits como Catedral. Seria sensato que a Universal apoiasse a artista nessa renovadora fase. As vendas poderão não ser incríveis num primeiro momento, mas, a médio prazo, a companhia teria um catálogo de peso e poderia lucrar com ele como a EMI, por exemplo, atualmente lucra com a obra gravada nos anos 70 por Paulinho da Viola. Além do mais, Tudo ou Nada - uma das faixas deliciosas do disco de Zélia - é hit nato. Resta saber trabalhar nas rádios a pérola de Itamar Assumpção e Alice Ruiz.
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