Ontem foi um dia polêmico em Porto de Galinhas, no Recife, onde a Intel reúne editores e jornalistas brasileiros para o chamado Editor's Day. Ocasião em que mostra novidades e conceitos, ouve opiniões e explica posicionamentos. Motivo do rebuliço? A apresentação de dois novos conceitos da companhia, dirigidos à Inclusão Digital: o que a Intel chama de "PC de Baixo Custo", para centros públicos de acesso ou telecentros e o "Classmate PC", que até a semana passada era chamado de "Eduwise". Até os próprios gerentes de produto ainda se confundem com a troca do codinome.
Bom, na verdade, o alvoroço maior não foi a apresentação dos dois protótipos em si, e sim a revelação de que, incialmente, a Intel não tem planos de vendê-los no mercado varejista. Ou seja, não estarão nas lojas. Apenas nas escolas públicas (as particulares também não estao sendo consideradas, neste momento) e centros de acesso Brasil afora. O que deve começar a contecer até o fim deste ano, se tudo correr bem, segundo Elber Mazzaro, diretor de marketing da Intel Brasil.
Como projeto, o Eduwise, atual Classmate PC, é melhor. E tem mais chances de vingar aqui no Brasil. O conceito é muito semelhante ao PC portátil de US$100 proposto pelo MIT e estudado pelo governo brasileiro. Com uma diferença fundamental: já prevê o uso de softwares desenvolvidos para fazer com que o professor tenha total controle sobre a máquina que está nas mãos dos alunos. Premissa do MEC que tem norteado as conversas do governo brasileiro com Nicholas Negroponte, segundo Sérgio Rosa, do Serpro, que integra o grupo de estudodo projeto do MIT.
Na verdade, minha percepção pessoal, confirmada por uma das gerentes de produto Eduwise, Wanda S. Linguevis, o PC de US$100 do MIT pode ser complementar ao Edwise para a solução para escolas do ensino fundamental desejada pelo governo brasileiro, que já adiou o projeto para 2007. Se depender da Intel, em março de 2007, o Eduwaise já estará sendo fabricado no Brasil. A tempo, portanto de integrar um projeto conjunto, caso seja interesse do governo. A concorrente AMD é parceira do MIT no desenvolvimento do computador de US$100,que deverá chegar ao Brasil a um custo unitário um poruco maior. fala-se em US$140. Já a máquina da Intel, ainda não tem preço. mas deverá beirar os US$400.
A Intel revelou poucas características técnicas do Edwise. Limitou-se a dizer que já negocia com fabricantes locais e que só com eles poderá definir configuração de hardware e preço final. O que significa dizer que poderá não ter as mesmas configuraçoes básicas de micros semlhantes vendidos na Índia e na China.
Mas algumas características e funcionalidades serão padrão: será um laptop bem leve, realmente; desenhado para uso por crianças da primeira à sétima série do ensino fundamental; se conectará automaticamente ao micro do professor assim que for ligado, via dispositivo WiFi; será Mesh (significa que uma máquina poderá funcionar como servidor para outra, formando uma grande rede); terá um dispositivo antifurto que não permitirá que seja inicializado (dê boot) depois de passar algum tempo sem se se concetar à rede da escola"; no Brasil, 'terá uma versão rodando Linux; e terá bateria com duração de quatro horas.
"Não o vemos sendo usado em tempo integral. É uma máquina para atividades específicas, de apoio ao ensino", explica Vanda.
Já o "PC de Baixo Custo" considera uma nova arquitetura de máquina, de modo a baixar o custo de produção em 20% se comparado ao custo de um PC tradicional, com as mesmas especificações técnicas. Tem todas as funcionalidades de um PC normal, para ser usada como máquinas de centros de acesso. Como o Eduwise, também ainda não tem configuração definida para o mercado brasileiro. Nem preço. No México custa US$400, com monitor.
"Não é um PC para Todos", diz Elber Mazzaro. "É um conceito que já está em uso for do país e pode ou não funcionar aqui. Estamos estudando esse produto para ID e podemos concluir que a equação, considerando a carga tributária e outros fatores da equação inviabilizem sua aplicação no Brasil".